4 erros que comprometem o caixa de sua pequena empresa
- Rekon Assessoria
- 6 de out. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de abr. de 2024

É muito mais comum do que se imagina empresas que simplesmente “quebram” mesmo dando lucro. A princípio, isso pode parecer estranho, mas dizer que um negócio “dá lucro” é diferente de dizer que ele “dá dinheiro”. Isso porque, mesmo que lucrativo, é impossível qualquer negócio sobreviver se ele não gera caixa.
Inicialmente, vamos fazer uma distinção aqui. Lucro = Receita – Custos – Despesas. Então, suponhamos que a sua empresa venda em determinado mês 20.000 e tenha 12.000 de custos e despesas. Seu lucro necessariamente será de 8.000.
Agora vamos imaginar que desses 20.000 de receita, 15.000 foram vendas a prazo, com 30 dias para seu cliente pagar. Logo, no mês em questão, você não terá “caixa” para bancar os 12.000 de despesas e custos e a alternativa terá que ser um empréstimo para fechar o mês. Resta claro que nesse exemplo sua empresa teve lucro, mas não gerou caixa. E isso é um problema.
Vamos ver aqui outros erros muito comuns que fazem com que seu negócio não gere caixa, podendo até levar você a fechar as portas.
1) Misturar o dinheiro da empresa com o seu próprio
Quem nunca se esqueceu e pagou uma ida ao McDonald’s com o cartão de crédito da empresa que atire a primeira pedra. Essa é uma prática que pode acontecer com muitos empresários, especialmente com os menores. Às vezes na sua conta corrente (pessoa física) não tem dinheiro suficiente para determinado gasto e o cartão da empresa está ali na sua frente. Aí o que você faz? Vai lá e paga com ele mesmo. Afinal, no frigir dos ovos aquilo é seu por direito e não tem problema nenhum em fazer isso, não é mesmo? Mas tem problema sim. Essa prática leva a duas situações: a primeira é a desordem nas finanças do próprio empresário. A segunda é a bagunça generalizada e o descontrole no caixa de sua empresa. Por mais que se tenha um cronograma de distribuição de lucros, vai ficar muito difícil controlar as entradas e saídas de caixa quando existe uma confusão de gastos saindo dali.
A solução: antes de tudo, cuide de suas finanças pessoais e tenha estipulado uma retirada mensal de sua empresa, o chamado pró-labore dos sócios. E tente adequar sua vida financeira em cima desse valor. Vai ser bom pra você e melhor ainda para seu negócio. Então, lembre-se: jamais pague suas despesas pessoais com o caixa da sua empresa. Jamais!!!
2) Não controlar o fluxo de caixa
Com qual frequência você monitora a conta de sua empresa? Como vimos, lucro não é dinheiro. Pelo menos, nem sempre é. Mas se você não sabe exatamente o que está entrando e o que está saindo, na verdade sua empresa não controla o dinheiro. É o dinheiro quem controla sua empresa. Só para se ter uma ideia... sabia que o percentual da maquininha do cartão de crédito é saída de caixa? esse valor é um dos vários tipos de gastos que correm soltos no caixa das pequenas empresas e os gestores nem se dão conta.
A solução: a ideia aqui é justamente controlar as entradas e saídas no seu caixa. O ideal é que você controle e categorize tudo o que entra e tudo o que sai do caixa diariamente. Além disso, é necessário ter sempre à vista os prazos de pagamento de seus fornecedores e outras contas, bem como atentar aos prazos de recebimento que você deu aos seus clientes. Essa prática evita o pagamento de encargos por atraso e mantém o caixa de sua empresa livre de surpresas, ou melhor, de despesas inesperadas. Resumo: controle financeiro diário, mais conhecido como fluxo de caixa.
3) Esquecer de monitorar as dívidas
Quanto custa suas dívidas? Vamos ser realistas: muitos empresários vão “empurrando com a barriga” a dívida de sua empresa e não tem a menor noção do impacto que isso gera para o negócio. É financiamento, empréstimo para capital de giro e tantos outros. Com o passar do tempo, a empresa pode ter seu caixa totalmente comprometido apenas com esse tipo de dispêndio.
A solução: saiba exatamente o que sua empresa deve e priorize o que tem que ser pago primeiro, de acordo com a taxa de juros contratada. Negocie com os credores melhores condições de pagamento. Muita gente não sabe, mas com a redução da taxa básica de juros, a Selic, é bem provável que você consiga renegociar as taxas de empréstimos e financiamentos ou até mesmo fazer a portabilidade para instituições financeiras que oferecem melhores condições. E por fim, crie uma estratégia para levantar recursos e quitar de uma vez as dívidas de sua empresa. Nesses casos, a redução no valor final a ser pago pode ser muito alta.
4) Achar que dá conta de tudo sozinho
Você tem que comprar, vender, se preocupar com o cliente, com funcionário que faltou, com a lâmpada que queimou, com a mercadoria que está atrasada e mais tantas outras coisas que envolvem a administração de seu negócio. E ainda tem que cuidar de sua vida particular. Será que vai sobrar tempo no seu dia para estudar e implementar as soluções necessárias a fim de não cometer os erros que mencionamos aqui? Provavelmente não. E aí o desejo de ver o caixa de sua empresa equilibrado vai ficar apenas na sua cabeça.
A solução: é importante contar com um apoio na hora de monitorar as finanças de sua empresa. Negócios maiores podem ter no seu quadro funcional um especialista só para essa área. Mas no caso do pequeno empresário, isso pode ser inviável. Então a dica é contratar um serviço especializado que faça a parte pesada para você, ou seja, que diagnostique a realidade financeira de seu negócio, estabeleça o controle de seu fluxo de caixa, defina a estratégia de quitação de dívidas e entregue a “coisa pronta” para sua empresa dar prosseguimento depois. Além disso, os custos dessa alternativa são bem mais acessíveis do que manter um funcionário específico para essa finalidade.
Evitando esses erros e seguindo as dicas apontadas, com certeza você evitará os problemas de caixa que mais “quebram” as pequenas empresas atualmente.
Comments